Racismo na Vila Belmiro: Santos vai perder pontos no Brasileirão?
Nesta quarta-feira (22), o Santos recepcionou o Vasco da Gama na Vila Belmiro, para a realização da décima primeira rodada do Campeonato Brasileiro Sub-20. Além da derrota por 2 a 1, o alvinegro paulista lamentou um outro ocorrido fora das quatro linhas. Um atleta adversário acabou sendo vítima de racismo, ato registrado na súmula do confronto pelo árbitro Guilherme Francisco Maciel da Silva e Rosario.
Embora a situação não gere implicações ao Santos como perda de pontos ou mando de campo, a discriminação causou revolta coletiva. Aos 13 minutos da segunda etapa, o dono do apito foi informado sobre o ocorrido e aplicou o protocolo antirracista. De acordo com a súmula, o goleiro Phillipe Gabriel e o atacante Lyncon, ambos do Vasco, relataram que um torcedor do Santos, posicionado atrás do gol, proferiu a frase: “vou te matar, macaco!”.
Diante dos fatos, a arbitragem e jogadores tentaram identificar o agressor, mas sem sucesso algum. Dessa forma, em comum acordo, ambos os times retornaram ao jogo, que ficou paralisado por cerca de sete minutos. Posteriormente a vitória do Vasco por 2 a 1, foi oferecido aos representantes da equipe carioca a possibilidade de registrar boletim de ocorrência, mas optaram por não formalizar a denúncia devido ao fato do torcedor do Santos não ter sido identificado.
Confira a súmula da partida entre Santos e Vasco
“Aos 13 minutos do segundo tempo, a partida foi paralisada devido a queixa do jogador do vasco da gama, Sr. Lyncon Correa Gonçalves, de ofensas racistas vinda de um indivíduo que se encontrava na arquibancada atrás do gol, onde estavam torcedores da equipe do santos futebol clube. segundo o jogador citado, o indivíduo disse as seguintes palavras: “vou te matar, macaco !”. outro jogador do vasco da cama, 01 sr. Phillips Gabriel pires de oliveira, corroborou com a queixa de seu companheiro de equipe.
A partida foi imediatamente paralisada, com o gesto contra o racismo feito por mim (árbitro da partida). Ambos os jogadores foram ouvidos por mim e pelo diretor do jogo, porém não havia possibilidade de identificação do indivíduo que cometeu as ofensas. Após 7 minutos de paralisação, sem a possibilidade de identificação do indivíduo e aval de ambos os atletas, a partida foi retomada normalmente.
As ofensas foram cessadas e não voltaram a ocorrer durante a partida. Informo que nem eu (árbitro da partida nem os outros membros da equipe de arbitragem ou diretor de jogo, ouviram tais ofensas. Ao final da partida, foi oferecido a oportunidade dos atletas relatarem a ocorrência às autoridades competentes (boletim de ocorrência), porém decidiram por não fazê-lo”, escreveu o árbitro da partida.